Valorizar a vida: um compromisso coletivo

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, lembrado em 10 de setembro, nos chama para refletir sobre o valor da vida e a urgência de construir redes de apoio que fortaleçam aqueles que enfrentam dores silenciosas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, sendo a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

No Brasil, o cenário também é alarmante. Dados do Ministério da Saúde apontam que, anualmente, cerca de 14 mil brasileiros tiram a própria vida, uma média de 38 mortes por dia. Para cada suicídio consumado, estima-se que pelo menos 20 tentativas ocorram. Esses números revelam a gravidade do problema e a necessidade de estratégias contínuas de prevenção e cuidado em saúde mental.

Instituições de psicologia têm papel decisivo nesse processo. Prevenir não significa apenas agir diante da crise, mas oferecer acolhimento, acompanhamento terapêutico e orientação preventiva. A psicologia ressalta a importância da escuta qualificada, do fortalecimento de vínculos e da criação de espaços seguros onde sentimentos possam ser compartilhados sem medo de julgamento. Essa prática é fundamental para reduzir fatores de risco e ampliar a rede de proteção.

A campanha mundial conhecida como Setembro Amarelo reforça que a prevenção deve ser um compromisso permanente. Informar a sociedade, promover diálogos sobre saúde mental e ampliar o acesso a atendimentos psicológicos são medidas que salvam vidas. Pequenos gestos de empatia também fazem diferença, como perguntar como alguém está, validar suas emoções e estar presente podem oferecer esperança em momentos críticos.

É preciso também investir em políticas públicas que garantam recursos, capacitação de profissionais e fortalecimento da rede de atenção psicossocial. Somente com estrutura sólida, unindo ciência e sensibilidade, será possível enfrentar o estigma e ampliar o alcance das ações de prevenção.

O 10 de setembro, portanto, não é apenas uma data no calendário, mas um convite à responsabilidade coletiva. Cada instituição, cada profissional e cada indivíduo podem se tornar elo de uma corrente que protege e ampara. Falar sobre suicídio com seriedade é reafirmar que a vida merece ser cuidada, todos os dias, com humanidade, ciência e compromisso.

A luta contra o suicídio deve ser entendida como um compromisso duradouro. A construção de uma sociedade mais atenta, empática e inclusiva depende do envolvimento de todos. Afinal, valorizar a vida é, acima de tudo, acreditar no poder transformador da solidariedade e no impacto positivo de cada gesto de cuidado.

* Andresa Squiçato dos Santos é psicóloga na Clínica Psico Benedita Fernandes

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